sábado, 21 de agosto de 2010

Flores no asfalto

zeca baleiro

os sinos dobram dobro a esquina adiante
o céu me espia mais azul que antes
os mortos andam como eu nas avenidas
o sangue escorre da mesma ferida

ergo as mãos pro alto nos meus dedos os anéis
flores crescem no asfalto debaixo dos meus pés

tudo silencia ouço só meu coração
a rua acaba e meus sonhos vão
piso na poça uma moça estende a mão
meus olhos brilham vejo o céu no chão

ergo as mãos pro alto nos meus dedos os anéis
flores crescem no asfalto debaixo dos meus pés
deixo o dia para trás
sono e sonho a noite me traz
deixo o dia para trás
e a dor

Zeca baleiro

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

É assim, quando mais pensamos que estamos sendo egoístas ao só pensar em nós mesmos que nós mais paramos de pensar. Quisera eu ter pensado somente em mim quando tive que tomar atitudes drásticas, quando poderia ter mudado de rumo e simplesmente não mudei, somente por não conseguir pensar em mim.
Queria pensar em mim agora.
Mas tenho medo.
Tenho medo de pensar, meu maior problema. Disfarço tudo com palavras gestos e ações ... mas não penso....
Queria poder pensar em mim agora.
Queria parar e pensar, mas não paro.
Não paro nunca.

Me, myself and I