Procuro nas coisas vagas ciência
Eu movo dezenas de músculos para sorrir
Nos poros a contrair, nas pétalas do jasmim
Com a brisa que vem roçar da outra margem do mar
Procuro na paisagem cadência
Os átomos coreografam a grama do chão
Na pele braile pra ler, na superfície de mim
Milímetros de prazer, kilômetros de paixão
Vem pra esse mundo, deus quer nascer
Há algo invisível e encantado entre eu e você
E a alma aproveita pra ser a matéria e viver
E a alma aproveita pra ser a matéria e viver
arnaldo antunes/ marisa monte / carlinhos brown
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
CIRANDA DE PEDRA
E como se lhe perguntasse o que pretendia fazer no próximo ano ele respondera, entre risonho e grave: “Lembre-se de alguma coisa inútil e provavelmente será isso que estarei fazendo. Ouça Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas. A música – acrescentou detendo-se ao ouvir os sons de um piano num exercício ingênuo. Este céu que nem promete chuva – prosseguiu atirando a cabeça para trás. – Aquela estrelinha que está nascendo ali... está vendo aquela estrelinha? Há milênios não tem feito nada, não guiou os Reis Magos, nem os pastores, nem os marinheiro perdidos... Não faz nada. Apenas brilha. Ninguém repara nela porque é uma estrela inútil. Pois é preciso amar o inútil porque no inútil está a Beleza. No inútil também está Deus.”Ciranda de pedra - Lygia Fagundes Telles... *in love*
domingo, 19 de agosto de 2007
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latasmaravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidascom aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, osbesouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverteros ocasos.
]
Manoel de Barros
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latasmaravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidascom aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, osbesouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverteros ocasos.
]
Manoel de Barros
sábado, 18 de agosto de 2007
E meu coração bate como um pandeiro num samba dobrado
Vou pisando asfalto entre os automóveis
Mesmo o mais sozinho nunca fica só
Sempre haverá um idiota ao redor
Me dê um beijo, meu amor
Os sinais estão fechados
E trago no bolso uns trocados pro café
E o futuro se anuncia num out-door luminoso
Luminoso o futuro se anuncia num out-door
Há tantos reclamos pelo céu
Quase tanto quanto nuvens
Um homem grave vende risos
A voz da noite se insinua
E aquele filme não sai da minha cabeça
E aquele filme não sai da minha cabeça
Rumino versos de um velho bardo
Parece fome o que eu sinto
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Há alguns dias atrás vendi minha alma a um velho apache
Não é que eu ache que o mundo tenha salvação
Mas como diria o intrépido cowboy, fitando o bandido indócil
A alma é o segredo, a alma é o segredo
A alma é o segredo do negócio
Zeca Baleiro
Vou pisando asfalto entre os automóveis
Mesmo o mais sozinho nunca fica só
Sempre haverá um idiota ao redor
Me dê um beijo, meu amor
Os sinais estão fechados
E trago no bolso uns trocados pro café
E o futuro se anuncia num out-door luminoso
Luminoso o futuro se anuncia num out-door
Há tantos reclamos pelo céu
Quase tanto quanto nuvens
Um homem grave vende risos
A voz da noite se insinua
E aquele filme não sai da minha cabeça
E aquele filme não sai da minha cabeça
Rumino versos de um velho bardo
Parece fome o que eu sinto
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Há alguns dias atrás vendi minha alma a um velho apache
Não é que eu ache que o mundo tenha salvação
Mas como diria o intrépido cowboy, fitando o bandido indócil
A alma é o segredo, a alma é o segredo
A alma é o segredo do negócio
Zeca Baleiro
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